sábado, 27 de agosto de 2016

Eu quero alguém para viajar.



Eu quero alguém para viajar. Quero alguém que pegue nas minhas mãos e queira conhecer o mundo comigo. Que almeje conhecer Londres, China, Dubai, India. Que ao invés de me fazer preocupar sobre o que sente em relação a mim, que tenha certeza de estar comigo. Que junte dinheiro todo mês para poder traçar mais um lugar das nossas aventuras.
 Isso mesmo, quero alguém aventureiro. Que tenha todos os sonhos do mundo e queira compartilha-los, que eu diga minhas ideias e não ache loucura. Não quero alguém superficial. Quero um amor abençoado por Deus, desses de apesar das dificuldades estar pronto para mais uma aventura, contanto que estejamos juntos. Um alguém que não desista fácil, que saiba o que quer, e que o que queira seja estar aqui.
 Talvez queira tirar foto em frente a Torre Eiffel, ou na Times Square. Que ache Macchu Picchu interessante, e que não se importe em experimentar todos os diversos chocolates da Belgica. Que ao invés de ter apenas palavras, tenha atitudes. Que quando o dinheiro for pouco (O que sempre acontece), não se importe em se aventurar na cidade vizinha, ou em uma praia qualquer. Que veja a aventura em todos os lugares que passar, assim como eu. Que tenha o riso frouxo, o amor imenso, e seja curioso ao ponto de querer experimentar tudo ao seu redor.
 Ainda espero um alguém que não se importe com padrões, ou que viva em função dos outros. Que mergulhe profundamente nas aventuras sem se importar com o que os outros vão pensar disso. Que seu amor seja tão grande quanto o seu jeito louco. Não precisa se encaixar: Eu quero é que transborde. E que, no meio de tantas dificuldades da vida, esteja pronto mais uma vez. Que não faça apenas meu corpo viajar, mas sim o meu coração.

domingo, 14 de agosto de 2016

Eu quero segurar nas mãos de Deus.




 Eu quero segurar nas mãos de Deus. Quero segurar quando todos se virarem contra mim, ou quando quiserem me rebaixar. Quero segurar quando roubarem meu sorriso ou quando simplesmente acharem que eu não sou forte o suficiente para dizer: já chega.
 Aprendemos muita coisa durante a vida. Vemos pessoas que dizem nos amar e nas dificuldades elas simplesmente desaparecem. Enfrentamos humilhações, choros abafados por acontecimentos que pesam nosso coração. Muitas vezes ouvimos dizer que não iremos conseguir atingir algum objetivo, e que a culpa é nossa. Culpa é nossa de se doar demais, de amar demais, de ser boa demais.
 Eu não quero sentir a culpa de ser boa demais para alguém. Eu não quero tentar ser o melhor na rotina de outros e sentir que falhei depois. Não quero pendurar minhas falhas em um varal e ficar observando durante a noite inteira, enquanto ainda tento enxergar as estrelas. E é assim que determinadas pessoas me fizeram sentir: sem alcançar as estrelas, mesmo enquanto ainda almejava tocar o céu.
 Eu peguei todas as minhas forças e depositei em alguém. E esse foi o meu erro. Todas as noites, deitada, eu me revirava na cama tentando descobrir meios de como tentar não ser eu mais um dia. Eu, implorando por pequenas parcelas de afeto, me via se perdendo cada vez mais quando, na primeira dificuldade, eu me vi sozinha.
 Diante de cada humilhação, eu tentava colocar na minha cabeça de que a culpa era minha. Eu não estava sendo boa o suficiente, muito menos conseguindo a aceitação de terceiros para minha sobrevivência. Ainda existiam os que me alertavam, dizendo para eu escapar antes que a situação piorasse. Mas, entre um abraço e palavras abafadas de "Está tudo bem, eu amo você" em meu ouvido, eu preferi ficar.
 Não sei até que ponto nós somos capazes de atingir para conseguir a aceitação de alguém. Eu me sentia mal de pensar que os que eu tentava agradar podiam ser os errados da história: aliás, a culpa sempre é minha. Enfrentei obstáculos por um amor que não estava ao meu lado quando eu debruçava chorando aos soluços diante de tanto sofrimento.
 Porém, diante tudo isso, decidi colocar meus joelhos do chão e orar. Pela primeira vez em tanto tempo tentando se tornar um alguém que eu não era, tentei me encontrar. E, durante dias, eu juntava minhas mãos esperando um sinal de que tudo ia dar certo. Entretanto, nunca vinha. Enfrentei pessoas que disseram estar ao meu lado e que tinham o mesmo pensamento que o meu, aceitarem a situação por medo: ora de perder também um amor, ora de ficar sozinho. Enfrentei gritos, mentiras, planos que eram pisados e por um momento eu não sabia mais quais eram os meus sonhos. Eu simplesmente esperava por um carinho que nunca viria, ou por uma defesa de alguém que não sabia o que era amar.
 Eu não entendo muito o conceito de ódio e o porque as pessoas sentem isso com tanta facilidade. Eu não entendo porque muitos tentam nos rebaixar e que nos ver no chão é um prazer imediato para eles. Certa vez, ouvi do meu pai: "Filha, você não tem anticorpos para o mal da sociedade. Sua bondade é tão grande que as pessoas irão se aproveitar disso." Mas nunca acreditei que os que iriam se aproveitar eram os que eu mais queria por perto.
 Após me ver completamente sozinha, sem o que prometeu estar ao meu lado todos os dias da minha vida e principalmente os que eu agradava para que pudesse ser aceita por esse alguém, decidi me afastar. As perguntas de insegurança e insatisfação me fizeram pensar que por um momento, eu não iria conseguir superar a dor. E ela foi enraizando, maltratando. As forças que depositei em um ser que não hesitou em não sumir diante dos machucados em meu peito me fizeram pensar que por um momento, eu não tinha energia mais.
 Contudo, mesmo com as desiluções, eu continuei a orar. Mesmo sem respostas, mesmo sem estímulo, eu orava. Mesmo lembrando da dor e revivendo os momentos em minha mente, não desisti. Até que, um dia, eu senti. Sim, senti. Em uma noite, aquela dor que parecia rasgar o meu peito, parecia ter sido confortada após tantos meses. Aquela voz que eu sentia falta de me dizer que estava tudo bem, porém nunca fazia nada para isso acontecer, foi esquecida quando, pela primeira vez após tanto tempo, eu consegui sonhar.
Havia um caminho. No fim, conseguia ver um varal repleto de fotos. Fui chegando mais perto lentamente, tentando decifrar os momentos que estavam fotografados. E então, por um momento, parei. Era surreal e inacreditável, mas eu conseguia me ver em todas elas. Era como se tivesse sido fotografado todos os momentos ao qual eu orei, assim como os que eu estava sofrendo. Eu via as humilhações, o meu desespero. Entretanto, ao meu lado em cada fotografia, sempre havia uma luz. Assim que percebi o que era, comecei a chorar. Eu nunca estive sozinha. E cada vez que eu via isso em todos os fatos, uma fotografia caía. Todo o sofrimento que passei tentando alcançar um amor verdadeiro e aceitação de outros, só me fazia ficar mais distante de quem eu era, e da onde eu pertencia.
 E, naquele lugar, eu percebi: tudo que eu precisava era seguir em frente. A culpa não era minha de tentar ser boa para alguém ,e sim de quem desmereceu isso. A vontade das outras pessoas de me humilhar não iria me fazer tão mal igual fazia para elas mesmas. E quem esteve ao meu lado porém depois me deixou sozinha, não iria me fazer tanta falta igual eu para ela.
 Deus me deu essa bondade para aquecer o coração das pessoas. Ele me deu esse riso frouxo, essa minha capacidade de ir até o fim para ver alguém sorrir. Não para eu sofrer, mas sim para eu fazer a diferença na vida de outros. Mas, a única diferença era que algumas pessoas iriam querer que eu trouxesse tal para elas, outras não. Enquanto alguns iriam me acolher e me tratar como família, outros iriam preferir viver sem a  minha missão.
 Foi quando eu descobri: cada pessoa tem a sua missão. Algumas a aceitam, e outros preferem viver em vão. Mas eu decidi segurar nas mãos de Deus. E quando decidi,percebi que toda a aceitação que eu procurava, não iria vir dos outros, e sim de mim mesma. Todos os momentos eu tinha as melhores pessoas na minha vida, mas eu sempre optava pelas que não só estavam apenas me menosprezando, mas já tinham menosprezado outros. Deus tinha colocado anjos na minha vida para me guiar mesmo quando eu estava no caminho errado. Ele havia conversado comigo durante os conselhos do meu pai, ou durante os avisos dos que queriam o meu bem. E, após tanta dor, retirei as tralhas pesadas da minha bagagem e decidi, após tantas controversas, finalmente ser feliz.
 Sei que não sou a única que enfrentou tantos momentos constrangedores apenas para ficar com alguém. Mas digo-te uma coisa: Deus tem planos na sua vida. Então, não deixe sua missão ser estragada por pessoas que não valorizaram o coração enorme que você tem. Aventure-se, mas nunca se esqueça de que não pode perder quem você realmente é no meio do caminho. Valorize a sua vida. Se necessário, busque ajuda para isso. Você não está sozinho.